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29 de março de 2012

As escolhas de uma vida

"A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: 
"Nós somos a soma das nossas decisões".
 Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu.
 Compartilho do ceticismo de Allen: 
A gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso. Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". 
Não é tarefa fácil.
 No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura.

 No amor, a mesma coisa:
 Namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. 
As duas opções têm seus prós e contras:
Viver sem laços e viver com laços...
 
Escolha:
 Beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas,
 mas há um preço a pagar por elas.
 Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana; ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.
 Por isso é tão importante o autoconhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos.
 Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.
 Não deixe de fazer nada que queira,
 mas tenha responsabilidade e maturidade
 para arcar com as consequências destas ações.
 
Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua..." 

Pedro Bial

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